terça-feira, 25 de agosto de 2009

Um ano de Julia







No dia que você chegou, não chovia. Céu azul, sol, arrisco dizer que fazia calor.
Eu não sei o que sentia. Tinha medo, tinha saudade e tinha insegurança. Mas também tinha uma coceirinha no peito e uma vozinha doce repetindo que o melhor começava ali.
Era a energia se reciclando.
Saia uma, entrava outra.
Que bom chegava você. Ninguém mais. Você.
Ainda sinto a coceirinha e ainda escuto a vozinha repetindo que o melhor começa agora.
E todo dia.

Mais Humberto

Essa semana, no UOL, uma não-resenha.

Quem estiver em SP não pode perder o lançamento e "O pai dos burros", de Humebrto Werneck (que fase do meu amigo!) - hoje, às 18h30, na Cultura do Conjunto Nacional.

O livro/dicionário precisa ficar do lado do computador de quem escreve profissionalmente como eu, e também de quem não quer fazer feio quando escreve vez ou outra.

E faço minha as palavras do Humberto: vamos reciclar as frases feitas, quebrar as fórmulas e apresentá-las pelo avesso.

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/livros/resenhas/2009/08/24/ult5668u116.jhtm

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Curtinha

O Santo Sujo (Cosac Naif), de Humberto Werneck, é finalista do prêmio Jabuti.
Eu disse, não disse?
Orgulho infinito!

domingo, 16 de agosto de 2009

Julia anda

Julia deu seus primeiros dois (ou seriam três!) passinhos. Foi no dia 14/08, quase dez dias antes do seu primeiro aninho. Orgulho imenso!
ps.: os passinhos foram carinhosamente estimulados pela Cleo e orgulhosamente testemunhados por mim! :-)

http://www.youtube.com/watch?v=YGxziP91SmA

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Esforço de animal libertado

De Clarice Lispector e Woody Allen, eu preciso ao menos uma dose por ano. Chegou meu momento anual de Clarice, a todo-poderosa, deus, minha inspiração eterna e a quem rendo pela graça alcançada.

Releio “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” (edição da Rocco de 1998, a primeira edição é de 1969).

A primeira vez que li esse livro foi na adolescência, por indicação de uma professora chatíssima que achava que eu era inteligente. O que lhe dava permissão de me “sugerir” leituras, e depois fazer uma “chamada oral informal”, sabe, para testar se eu li mesmo. Isso me irritava tanto que tudo que vinha dela eu lia com má vontade. Nem preciso dizer o resto. Foi uma leitura burocrática cujo ponto que mais me chamou atenção foi o começo – o livro inicia com uma vírgula.

A segunda leitura já foi bem diferente. Tinha acabado de chegar de BCN e recebo um e-mail da Marta, meu alter ego catalão, aterrada: perguntava se era mesmo o que seus olhos enxergavam ou havia algum erro na edição espanhola desse livro. Estava intrigada com a tal vírgula abrindo o livro. Assim ela me fez lembrar dele. No mesmo dia, comprei essa edição que tenho até hoje. Está cheia de marcações em caneta amarela. Agora, cinco anos depois, faço outras em caneta prata. E assim o livro entra na minha história.

Acabo de recomeçar a leitura, não tenho conclusões, mas uma passagem já me pegou: quando ela fala dos movimentos histéricos de um animal preso. A histeria é a forma que o bicho encontra para libertar, “por meio de movimentos, a coisa ignorada que o estava prendendo – a ignorância do movimento único, exato e libertador era o que tornava um animal histérico”. O descontrole é, assim, o caminho da libertação. Lindo! E depois que passa o esforço, vem o cansaço do “animal libertado”.

Fim de semana passado, me senti assim: cansada do descontrole da alma. Dormi umas 15 horas entre sexta e sábado e outras 15 entre sábado e domingo. Exausta. E livre.

No mais, o de sempre: mais Clarice em nossas vidas, por favor!