quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Para todos nós

(Cris Guerra, autora de "Para Francisco" - foto tirada do seu outro blog que eu a-do-ro: hojevouassim.blogspot.com)

Li (e resenhei para o UOL) “Para Francisco”, de Cristiana Guerra, livro baseado no blog homônimo que está entre os favoritos desta minha página. Até demorei a ler. Não consegui ir ao lançamento e acho que tive um pouco de medo de começar essa leitura.

É que a história da Cristiana e a história do diário que ela escreve ao filho estão incrivelmente relacionadas à minha. E são bem parecidas: ela perdeu o Gui quando estava grávida de sete meses e eu perdi o Marquinhos com cinco. Além disso, eu conheci o blog dela dias antes da morte do Marquinhos. Lembro que estava com ele no MSN e passei o link na mesma hora. Ele, muito espirituoso que era, mandou uma resposta do tipo “eu que não vou ler esse blog estando grávido”. Eu concordei com ele (já estava aos prantos de emoção) e parei de ler. Dias depois me vejo na mesma situação da Cris e foi inevitável pensar nela.

A verdade é que ter lido esse blog apenas dias antes foi muito, muito importante. Ajudou a ver, no meio daquela desgraça toda, que eu não era a única a passar por aquilo. A não entrar naquela paranóia que um raio caiu exatamente sobre a minha cabeça, sabe? E ver a Cristiana tão linda, cheia de vida e de sonhos, feliz com Cisco me fez e ainda me faz lembrar que o tempo passa, embora pareça parado. É como se ela fosse pós-graduada num curso que eu comecei a fazer.
Tive medo de ler o livro achando que ia sofrer (não é ilusão, a letra no papel ganha mais peso que na tela do computador), mas não. Foi bom e mais uma vez me fez pensar.

O bom do livro da Cristiana é que ela consegue dar nome a coisas que até então eu via inomináveis. Eu leio falando alto: “ah, então é isso!”. Aprendo mesmo. O que não quer dizer que seja um livro para viúvas. Qualquer pessoa se emociona com a forma doce de fazer relatos. A Cris (que já é uma amiga virtual) usa de uma leveza mágica para falar da vida. Tenho impressão que o Francisco (além de lindo) vai ser um mocinho muito orgulhoso dos pais que tem.

A resenha, na íntegra:

http://diversao.uol.com.br/ultnot/livros/resenhas/2009/01/07/ult5668u73.jhtm

7 comentários:

Pequena disse...

Emocionada.

Vandrei disse...

A Cris é mesmo um doce.
E quando você diz "leveza", sinto que é não há palavra mais adequada.
Beijos!

Mariana Brizeno disse...

Acompanho a história da Cris desde que saiu no Globo Reporter. Na mesma hora entrei na internet e de um só respiro, li do começo ao fim o diário dessa mãe.
Posso dizer que aprendi muito, e aprendo a cada dia.
Do jeito que conta, por mais estranho que possa parecer, ela trasparece que tudo valeu a pena.
Muito legal a resenha que vc fez.
E muito intrigantes essas ironias da vida...
Bjos
Mari Brizeno

Unknown disse...

Italo Calvino fala de uma função existencial da literatura: "a busca da leveza como reação ao peso de viver". Ainda bem que não estamos sozinhas...

Anônimo disse...

Sabe que, por sua causa, virei assídua do blog da moça e já passei o link para um monte de gente. É demais e eu tb aprendo pacas com ela e com vc. bjs.

Anônimo disse...

bela história, a sua e a dela. De superação.
Eu que tenho tanto pavor da possibilidade da perda, tremo só de pensar no que vc sofreu.
Saúde e muita tranquilidade pra vc e sua filha.

Anônimo disse...

Olá, Martinha!! Ontem, eu estava na Fnac, e vi o livro da Cris. Achei interessante e comecei a dar uma folheada. Na hora me veio você, o Gusmão e a Jú...super doido. Comprei o livro, pois acho que histórias reais são mais intensas. Adoro seu blog, viu!! Parabéns e luz pra vocês duas. bjs