quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

2008 no alvo

Virada de ano é sempre muito simbólica. Para mim foi ainda mais do que o normal, embora na noite da virada propriamente dita eu tenha ido dormir às 23h. Foi o Réveillon mais tranquilo ever (e sem hífen).
Enfim, 2009 começou e eu voltei ao trabalho, voltei a não ter tempo para nada (e isso será tema de outro post, que escreverei quando tiver tempo!) e me fez fazer os invariáveis balanços de vida. Um deles vou dividir com vocês.


Fiz uma relação dos livros que li durante a minha licença-maternidade (quis fazer do ano todo, mas eu não tenho tempo de voltar tanto na memória!). Foram 13 livros, sem contar com aqueles sobre maternidade, boa parte com resenha publicada no UOL.

Resolvi qualificá-los com estrelas de acordo com um critério muito específico: a longevidade de cada um em minha memória. Em outras palavras, o quanto cada um ficou, o quanto deixou dele dentro de mim. Se são bons ou bem escritos, nesta avaliação não importa. Embora, a gente sabe, quando o livro é bom, fica.

Dá uma olhada e participa me dizendo o que marcou sua leitura em 2008:

“Cartas a D.”, de André Gorz – 5 estrelas: foi uma loucura ler esse livro no momento em que eu estava. Sofri horrores. Preciso reler quando estiver eu mesma mais leve.

“O Santo Sujo”, de Humberto Werneck – 5 estrelas: virou meio um livro de cabeceira, que eu gosto de ler quando preciso aliviar as tensões. Como escreve bem esse meu amigo, viu.

“Vésperas”, de Adriana Lunardi - 4 estrelas: lembro bem do conto da Virgínia Woolf, da Clarice Lispector e muito, muito mesmo o da Ana Cristina César.

“A Menina de Cá”, Carlos Nascimento Silva - 1 estrela

“Dias na Birmânia”, George Orwell – 5 estrelas: desse eu até posso sentir o cheiro da terra molhada, numa das passagens mais legais do livro que envolve um jogo de pólo em meio à pobreza da Birmânia, hoje conhecida como Mianmar.

“Nada”, de Carmen Laforet - 3 estrelas

“A Suíte Elefanta”, de Paul Theroux - 3 estrelas: esperava mais.

“Rashomôn”, Akutagawa - 5 estrelas: eu jamais esquecerei a imagem que abre o primeiro dos textos desse livro: o arco da entrada da cidade num dia de muita chuva. Aliás, jamais esquecerei aquele texto, um dos melhores da história da literatura.

“O Dom”, Nikita Lalwani – 5 estrelas: esse livro é realmente bom. Daqueles que te fazem voltar correndo para casa só para continuar lendo e que deixa as imagens latejando na cabeça por muito tempo. Em mim, continuam.

“Garota encontra garota”, de Ali Smith – 2 estrelas: é tão leve que voou.

“O Tigre Branco”, de Aravind Adiga – 2 estrelas: é um livro bom, sei disso, mas não me pega. Talvez pela temática. É tanto lançamento com acento indiano, e eu li tantos deles ultimamente que alguns acabam se apagando rápido da memória.

“A Viagem do Elefante”, de Saramago – 5 estrelas (se pudesse dava 10 estrelas!). O melhor livro do ano, mesmo. Ainda caminho com salomão pela Europa do século 16.

“Para Francisco”, Cristiana Guerra – 5 estrelas: como esquecer? Sobre ele, escreverei aqui em breve.

2 comentários:

Pequena disse...

Martinha, Carta a D. é lindo mesmo, né? Ai ai. Eu não tava exatamente no mesmo momento, mas fiquei bem engasgadinha. Curiosa pra ver a resenha, ai.

Beijos da Cris.

Anônimo disse...

Martinha, gostei das dicas. E tou com vc: "Cartas a D." merece cinco estrelas, realmente. Na minha lista entram ainda "A trégua" (Mario Benedetti) e "Os Amores Difíceis" (Calvino), que li na licença pela milésima vez e continua me arrebatando como da primeira (amo o conto A Aventura de um Automobilista). Bjos, Ju