(A dinda: Sanduíche de Aline numa festa dessas lá em casa, em algum dia de 2007)
Minha Julia já está devidamente apadrinhada (embora a cerimônia só acontecerá em janeiro). E eu estou muito feliz com nossa escolha (Marquinhos, naquela conversa, já deu sinais de quem queria ver nesse papel): Serginho e Aline.
Sobre eles, tenho muito que dizer.
Por ora, minha idéia é dar uma educação laica à Julia, no melhor estilo “igualdade, liberdade e fraternidade” que a gente vê nos filmes. Eu, que estudei em colégio de freira e tremia de medo de inferno, acho que é possível, sim, transmitir valores espirituais sem passar perto de religiões. Mesmo assim, optamos (digo nós porque foi uma decisão tomada com o Marquinhos) que o ritual do batismo seria seguido. Primeiro, porque acho linda a cerimônia (talvez só não seja mais bonita do que a de casamento). Segundo, porque acho importante que minha filha tenha padrinhos.
Ainda não sabíamos se quem estava chegando era a Julia ou o Francisco quando tivemos essa conversa sobre batismo. Foi fundamental aquele papo, vejo agora. Foi quando o Marquinhos me convenceu que deveríamos quebrar uma tradição da família, de irmão apadrinhar o filho do outro irmão. Seu argumento foi certeiro: essa é a chance de aumentar a família. Tio já tem (ou deveria ter) intimidade suficiente para participar e servir de exemplo para o sobrinho. A escolha dos padrinhos é, então, uma forma de assumir como família pessoas que só não são família por um acaso. Em outras palavras, é família que se escolhe.
Minha Julia já está devidamente apadrinhada (embora a cerimônia só acontecerá em janeiro). E eu estou muito feliz com nossa escolha (Marquinhos, naquela conversa, já deu sinais de quem queria ver nesse papel): Serginho e Aline.
Sobre eles, tenho muito que dizer.
Conheci a Aline na redação do JT. Nos demos bem de cara, e de graça. Nunca nos largamos. Aline é leonina, ou seja, adora um palco. E eu sou uma ótima espectadora – par perfeito! Ela é linda, magra, alta, se veste bem, adora jóias, vestidos e saltos. É desbocada, fala o que pensa, e fala alto. É CDF. Tudo que faz, faz bem-feito. É estudiosa, caprichosa, incrivelmente organizada com suas coisas (guarda as calcinhas dobradinhas na gaveta!). É prática, não tem paciência para tristeza, não. Aline não desiste nunca, ou demora a desistir, mas também se desiste de alguma coisa ou de alguém é porque aquela coisa ou aquele alguém merece ser desistido. Aline é energia pura, transborda emoção. Chorou copiosamente quando assistiu “Amor à flor da pele”, de Wong Kar-Wai, mas também sabe xingar o juiz no meio da torcida do São Paulo. Aline não é de Vitória – é de Cariacica, o que dá no mesmo no sotaque capixaba. Ela adora ler, faz poesia sobre Bolsa de Valores e prepara um jambalaia de comer ajoelhado. Como diria meu sobrinho: tudo acontece na vida da Aline, e ela é muito feliz.
O Serginho, esse seguramente foi o primeiro amigo do Marquinhos em São Paulo. Os dois trabalharam juntos na Veja. O Serginho, como o Marquinhos, tem o dom de agregar. Em volta dele tem sempre uma dúzia de amigos e algumas cervejas. Ranzinza quando acorda, ele é um docinho nas madrugadas. Festeiro, gosta de música alta e muita, e sabe como ninguém alegrar uma noite. De dia, faz cara de sério e mantém na linha uma carreira brilhante. É meio japonês e meio libanês. Gosta de sushi, mas não qualquer sushi. Serginho gosta de sentar no balcão e escolher os peixes pelo nome. Até pouco tempo, o Serginho não gostava de gatos (nem de cachorros), mas ai ele conheceu uma gata, chamada Erika, que fez ele se apaixonar por tudo quanto é bicho. Agora, ele dorme com um gatinho na cabeça, outro nos pés, e uma do lado. O Serginho também adora viajar, tem medo de ficar doente, não gosta de pisar descalço na areia, e sabe ser chato com quem merece. É bonito de terno ou de chinelo. E deve ser meu único amigo de 35 anos que não tem um cabelo branco, nem é careca!
São dois incríveis exemplos de ser humano. E se minha Julia um dia me disser que quer ser igualzinha aos dindos, eu serei muito feliz!
São dois incríveis exemplos de ser humano. E se minha Julia um dia me disser que quer ser igualzinha aos dindos, eu serei muito feliz!
13 comentários:
A Júlia tá linda e vejo uma alegria nos seus olhos que é essa luz de mãe. Mesmo sem te conhecer, confirmo o que sentia: filho é uma felicidade sem cura. Lindos os seus textos, lindo como você escreve sobre os padrinhos. Você é tão generosa, Martinha. Fiquei aqui lendo de longe como se você fosse minha velha conhecida. E acho que é. Orgulho de você. Um beijo.
Cris.
Com certeza você, Gusmão e, agora, a pequena Julia estão entre os maiores acontecimentos da minha vida. Estou muito emocionada... você também me fez chorar...
Que bela escolha, Martinha! Os dindos da Julia são verdadeiros amigos e é por aí que o exemplo acontece. Essa mocinha já está muito bem abençoada! :)
Bjos, Ju
Ai, antes que eu esqueça, uma correção: Aline nasceu em Vitória, porque Cariacica não tinha maternidade quando de sua chegada.
p.s.: hehehe
ai, martinha, que descrições lindas dos padrinhos. beijos na julia!!!fabi
Que orgulho para os dois padrinhos terem uma afilhada menina tão linda e dois compradres tão especiais.. Não conheço bem nenhum dos dois, mas gosto assim mesmo de ambos, por conta de vocês.. Lindo o texto. Também me emocionei, Aline..E conheci, antes de saber que ela te visitava, o blog da pequena, o primeiro comentário do seu post. A Gisa descobriu, não lembro bem porque e me mostrou.. Pela foto, vejo uma semelhança física entre as duas. Ambas muito charmosas.. beijos pra vc e Julinha linda...
Estou sem palavras até agora.
Então solta o tema do Godfather!
:P
Beijos na família
Olá Marta
obrigada pela visita e pelas palavras bonitas.
fico feliz que aquela carta tenha chegado aos seus olhos...muito mesmo, quando escrevi era algo necessário só pra mim, terapeutico quase, mas de repente conheci o blog da Cris e lendo pensei tanto nos medos e inseguranças de minha mãe em relaçaos aos nossos futuros que achei por bem compartilhar,
difícil sempre vai ser, mas com amor fica mais fácil aceitar a roda da vida, né?
a Júlia é linda e vcs têm um lindo caminho pela frente
bjs em vc e na pequena
ai, que lindo! tô emocionada!
ps: comprei uma coisinha pernambucana p julia, um brinquedinho de antigamente... bjoca e saudade, lets
Má, que lindo! Adorei os retratos escritos! E fiquei ainda mais feliz porque eu e o Dé vamos estar aí em janeiro! Quero tanto compartilhar um pouco dessa delícia que está sendo a Júlia na sua vida... muitos beijos.
Laura
PS: Vc já sabe a data? A gente só não vai estar em SP entre os dias 9 e 16 de jan.
mais uma vez me emocionei com as suas palavras! ...lindos os padrinhos, a jú e você!! beijinhos nina
Querida, parabéns! Não conheço o Serginho, mas a Aline é sensacional! É a pessoa mais intensa que conheço! A Julia já ama seus padrinhos, tenho certeza! bjs bjs bjs! Ah, eu tb tenho 35 anos e não tenho cabelos brancos... ainda!
eita, que padrinhos lindos! saudade muita... :)
beijo, beijo, beijo
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