(Dame Laura Knight, “Three Graces”)
Das coisas inexplicáveis da minha vida, cheguei ontem da Grécia. Foram dez dias de programação intensa de trabalho, muita visita a vinhedo, degustação de vinho, fábrica de mel, produtor de feijões brancos gigantes, enfim, muita coisa deliciosa, mas pouco tempo para conhecer o país mesmo. Só um dia antes da volta, consegui entrar num museu, e não foi o de arqueologia! Decidi ir num museu privado, pequeno e meio escondido só pra ver essa exposição: “Woman as muse”, um apanhado sobre a mulher como inspiração na arte. E pensar em musas na Grécia foi cereja no bolo demais pra mim.
Na mitologia grega, eram nove as musas, todas filhas de Mnemosine e Zeus e associadas a uma inspiração: música, tragédia, comédia, eloqüência, poesia lírica, história e astronomia, dança e música sacra. Para cada uma das artes, a imagem de uma das musas. Foi com o Cristianismo que a mulher perdeu seu poder de deusa inspiradora, afinal inspiração vinha do céu. E o status de musa só volta, em novo conceito, é verdade, com o Renascimento, quando a arte se voltou ao estudo do corpo humano.
A exposição segue citando Dante Alighieri (1265-1321) e seu fascínio pela mulher normal, da rua, personificado em Beatrice Portinari. À sua musa, ele deve o impulso do seu primeiro soneto de amor, quanto tinha 16 anos.
Os artistas do século 19, em particular realistas, impressionistas e pós-impressionistas, se inspiraram nas mulheres do dia a dia. Degas buscou a mulher num café, a bailarina ensaiando. Gaugin não resistiu às nativas do Tahiti. Toulouse-Lautrec ficou obcecado por atrizes, cantoras, dançarinas. Algumas como Yvette Guilbert, ele seguiu por noites, assistindo o mesmo espetáculo milhão de vezes.
Os quadros, a maioria desenhos, são de 1900 a 1950 e de artistas europeus. Tem coisas ótimas de Salvador Dali, Henri Matisse, Henri de Toulouse-Lautrec e Picasso - cuja obra evolui, dizem, de acordo com a mulher que ele se relacionava na época.
Até dia 21 de novembro, no Herakleidon, ali em Atenas, Grécia.
http://www.herakleidon-art.gr
Das coisas inexplicáveis da minha vida, cheguei ontem da Grécia. Foram dez dias de programação intensa de trabalho, muita visita a vinhedo, degustação de vinho, fábrica de mel, produtor de feijões brancos gigantes, enfim, muita coisa deliciosa, mas pouco tempo para conhecer o país mesmo. Só um dia antes da volta, consegui entrar num museu, e não foi o de arqueologia! Decidi ir num museu privado, pequeno e meio escondido só pra ver essa exposição: “Woman as muse”, um apanhado sobre a mulher como inspiração na arte. E pensar em musas na Grécia foi cereja no bolo demais pra mim.
Na mitologia grega, eram nove as musas, todas filhas de Mnemosine e Zeus e associadas a uma inspiração: música, tragédia, comédia, eloqüência, poesia lírica, história e astronomia, dança e música sacra. Para cada uma das artes, a imagem de uma das musas. Foi com o Cristianismo que a mulher perdeu seu poder de deusa inspiradora, afinal inspiração vinha do céu. E o status de musa só volta, em novo conceito, é verdade, com o Renascimento, quando a arte se voltou ao estudo do corpo humano.
A exposição segue citando Dante Alighieri (1265-1321) e seu fascínio pela mulher normal, da rua, personificado em Beatrice Portinari. À sua musa, ele deve o impulso do seu primeiro soneto de amor, quanto tinha 16 anos.
Os artistas do século 19, em particular realistas, impressionistas e pós-impressionistas, se inspiraram nas mulheres do dia a dia. Degas buscou a mulher num café, a bailarina ensaiando. Gaugin não resistiu às nativas do Tahiti. Toulouse-Lautrec ficou obcecado por atrizes, cantoras, dançarinas. Algumas como Yvette Guilbert, ele seguiu por noites, assistindo o mesmo espetáculo milhão de vezes.
Os quadros, a maioria desenhos, são de 1900 a 1950 e de artistas europeus. Tem coisas ótimas de Salvador Dali, Henri Matisse, Henri de Toulouse-Lautrec e Picasso - cuja obra evolui, dizem, de acordo com a mulher que ele se relacionava na época.
Até dia 21 de novembro, no Herakleidon, ali em Atenas, Grécia.
http://www.herakleidon-art.gr
5 comentários:
Seus textos são divinos!
uia, Rachel! Agora fiquei metida.
hoje tem musa em tudo que é canto. Sábado encontrei uma, bela que só ela, no Baixo Augusta. bjs
Lindos, o teu texto e deve ter sido também o passeio. Estou procurando informações sobre cultura celta (que também valorizava o feminino!), se você tiver algum livro para indicar-me, agradeço muito!0 Abraços! Lu
Gosto muito dos seus textos. E te admiro, assim como a Cris Guerra. (Minha história é como a de vcs, perdi meu marido grávida de 8 meses...gostaria de ter a força de vcs para superar isso, ms está muito, muito difícil). Lu.
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