quarta-feira, 23 de junho de 2010

Jazz band do Alê


Quanto mais eu cresço, mais amigos lançam livros. O da vez é o Alê, Alexandre Staut, uma das compensações boas que a vida me trouxe após a tempestade. A gente podia ter se conhecido no JT, mas parece que meses separaram a minha saída da chegada dele no jornal. Nos conhecemos bem depois, na hora certa. Lindo, inteligente, generoso, romântico, exagerado e agora escritor. Acaba de lançar “Jazz Band na Sala da Gente” (Toada Edições).

Sobre o livro, vocês podem ler na resenha desta semana do UOL, cujo link vai a seguir. O que eu queria dar um salve aqui é a dedicação do Alê em fazer a coisa acontecer. Como conta na entrevista que se segue à resenha, ele mesmo bancou a edição do seu livro de estreia na ficção. Alê tentou algumas editoras, “sem apadrinhamentos”, mas na falta de uma resposta e com incentivo de figurões como Luiz Ruffato (que graças a N.S.Airfrance reapareceu na minha vida!), ele não desistiu e partiu para uma edição própria. Contou com o super talentoso Marcelo Katsuki (que faz parte do mesmo saco de batata de ouro do Alê!). Kats assina a capa do livro. O lançamento foi no Na Cozinha, restaurante de outro querido, o Carlinhos. E a distribuição, o próprio autor começou a fazer, livraria a livraria – imaginem!
Acho fantástico esse desejo em ser lido. Essa vontade corrida que não deixa esperar pelo tempo dos editores. Corajoso meu amigo. E, olha que boa notícia, não é que a resenha no UOL já deu resultado! Logo após a publicação, a Livraria Cultura procurou o Alê e fez uma compra. Disse que já tem gente procurando o livro.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dia triste

Sem Saramago, fica faltando um pedaço.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pós férias

(Londres, maio de 2010)
(Barcelona, maio de 2010)


Três semanas de férias, um Coetzee e um Paul Auster depois, eis que me vejo no conforto da minha varanda ensolarada em São Paulo me sentindo uma completa deslocada. Não é novo, não é a primeira vez, mas quase esqueci o quanto tudo ao redor não faz sentido. Nessas férias, passei uma semana em cada cidade apaixonante do mundo: Barcelona, Londres e São Paulo. A cabeça ferve. Faltou Recife (em julho!) para completar a volta.

Na primeira parte das férias, em Barcelona, li “Verão”, de J. M. Coetzee, que para ser sincera não é um grande livro. Engraçado escrever isso porque ao mesmo tempo é um grande livro, se comparado ao que se lança na mesma época. Tem um enredo incrível: é o rascunho da biografia póstuma do próprio autor. O material (entrevistas com pessoas próximas, apontamentos de Coetzee) é reunido por um biógrafo chamado Vincent. Genial.

Mas a verdade é que à medida que a leitura avança, vai ficando chato. E não é a narrativa que piora – nisso, Coetzee não erraria. É a insistência em destruir sua imagem, num exercício de anulação que talvez Freud explique. Faz lembrar certos tipos que aparecem na revista de celebridades pedindo que não lhe fotografem. Sei lá. Talvez soe forçado. De tanto o autor apresentar ao seu Coetzee como um fracassado completo, periga o leitor concordar.

Em Londres, não li uma linha de nada. Mas nos trajetos (e como é difícil se deslocar por aeroportos!) de ida e volta a Barça, comecei “Invisível”, de Paul Auster, que chegou chegando. Logo nas primeiras páginas, uma frase ficou gravada na minha cabeça repetida como mantra desde então: “Só porque uma coisa é improvável, não significa que não venha a acontecer”.

O livro segue sem muitas outras frases de efeito, mas com uma narrativa tão bem emaranhada como teia. Parece que em “Invisível”, Paul Auster chega à reta final de uma trajetória de exercícios narrativos. É a apresentação de múltiplas perspectivas sob o mesmo enredo no nível de perfeição. Muito legal. Esse vale comprar. Já o “Verão”, pega emprestado do amigo, compra não.

A última semana de férias foi em São Paulo – essa cidade que eu amo! -e sem leitura útil! Apenas abraçadinha a Jujuba, que é meu eixo.

Ambos os livros, resenhas no UOL:

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/livros/resenhas/